Dor existe em todos os caminhos — mas você escolhe qual viver

Georgia Tomazoni

8/23/20252 min read

Já pensou se criássemos o hábito de ser brutalmente honestos com nós mesmos? Se olhar no espelho e dizer:
“Você diz que não tem tempo para ler e praticar atividade física, quando na verdade administra seu tempo mal demais.”
Ou ainda:
“Você diz que quer ter um relacionamento melhor, mas tem fugido de olhar para as suas próprias falhas. Para viver o relacionamento que idealiza, vai precisar descer do salto e assumir a sua parcela de atitudes repugnantes.”

Ah, se eu pudesse escolher um superpoder, daqueles capazes de melhorar o mundo em sua totalidade, seria este: a gente se olha no espelho, fala uma verdade difícil e, no lugar do drama e do vitimismo, vem um baita alívio e até um sorriso no rosto. Porque a verdade, quando aceita, traz direção.

Existe uma premissa básica sobre nossas conjecturas e crenças que postula que a felicidade é algorítmica, ou seja, que pode ser buscada e atingida. As pessoas vivem esperando a felicidade como se fosse uma equação que só funciona “quando eu for promovida, quando emagrecer, quando os meus filhos crescerem…”. Mas a felicidade não é resultado: é escolha. É decidir qual problema você vai viver e resolver.

Pera aí que eu vou sintetizar. É o dilema entre levantar às seis da manhã para correr, manter o corpo em movimento, inserir legumes e vegetais na dieta — ou levantar às onze sentindo que a vida correu sem você, comer uma altíssima dose de carboidrato e açúcar enquanto toma um café preto e fuma um cigarro. Você sofre cuidando do corpo, ou sofre assistindo ele adoecer. Você sofre se dedicando mais ao trabalho, ou sofre com pouco dinheiro. Em todos os caminhos existe dor — o que muda é o motivo.

E resolver um problema é o prazer que ninguém leva em consideração.
A vida que dá certo, a vida com felicidade e propósito, é a vida que você constrói diariamente, na escolha e no cumprimento dos desafios que determinou a si mesmo. É resolver a maior parte dos problemas possíveis com um nível consistente de êxito.

Se fosse para te deixar com um dever de casa, seria: encare-se no espelho hoje, diga aquela verdade que você precisa escutar, mas não quer aceitar. Aquela beeem desagradável de ouvir! E, no minuto seguinte, aja! Quebre o ciclo vicioso de suas falhas e planeje uma melhoria. Nossa, essa sensação é boa demais!

Porque nós só atingiremos o autoconhecimento profundo e a felicidade genuína quando pararmos de esperar a vida e o cenário ideal, e começarmos a escolher conscientemente o tipo de esforço que queremos viver, os problemas que iremos enfrentar e, assim, arcar com as consequências de nossas escolhas.